Passagem liberada

Depois de diversos atrasos no cronograma e algumas trapalhadas nos testes, a trincheira sob a linha férrea em Rolândia (PR) foi, enfim, liberada para o tráfego – a Entrevias mostrou, na edição 194, de outubro/novembro do ano passado, as falhas identificadas na obra durante uma simulação com veículos pesados.

A passagem inferior, que elimina o cruzamento em nível com a ferrovia, foi entregue pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em 18 de março último. A estrutura, somada ao remanejamento do pátio de manobras, completa o conjunto de intervenções planejadas para a cidade paranaense com o objetivo de melhorar a segurança viária da população e a mobilidade urbana, segundo a autarquia. Os dois empreendimentos custaram R$ 18,7 milhões.

“As obras em Rolândia são fundamentais para assegurar a harmonia das operações ferroviárias com o tráfego urbano, proporcionando mais tranquilidade aos cidadãos do município”, afirmou o diretor-geral do Dnit, general Santos Filho.

A trincheira tem 227 m de extensão e está localizada na rua Miguel Liogi. A estrutura permite a circulação de veículos sob a linha férrea, evitando, assim, o cruzamento com as composições e otimizando o trânsito local, já que não é mais necessário aguardar a passagem dos trens em plena área central – problema que era enfrentado até mesmo por veículos de serviços emergenciais, conforme relatado por moradores.

As intervenções em Rolândia fazem parte do Programa Nacional de Segurança Ferroviária (Prosefer), desenvolvido pela Diretoria de Infraestrutura Ferroviária do Dnit com o objetivo de minimizar os conflitos entre as operações ferroviárias e rodoviárias em passagens de nível e as interferências com o tráfego urbano em cidades que são atravessadas por ferrovias. O projeto da passagem inferior foi elaborado em 2011, mas as obras só foram liberadas em novembro de 2017 e tiveram início em março de 2018. O prazo previsto para a entrega era outubro de 2019.

Conjunto

O novo pátio de cruzamento, com 1.675 m de extensão, foi implantado em uma área externa ao centro da cidade. De acordo com o Dnit, o Prosefer identificou que a antiga área de manobras dividia a cidade ao meio e causava grandes transtornos, já que, diariamente, circulam por lá três composições de trens com quase 90 vagões cada. Para solucionar o problema, o projeto da autarquia também contemplou a remodelagem urbanística, ciclovias e o realinhamento da plataforma ferroviária.

“As intervenções realizadas pelo Dnit vão eliminar pontos de conflitos e gargalos de escoamento da produção, principalmente aqueles que interferem no trânsito urbano, pois, além de ter o tráfego local, a cidade é um entroncamento das malhas rodoviárias de conexão entre as regiões Sul e Centro-Oeste brasileiras e da região Oeste do Estado de São Paulo”, ressaltou o departamento.