Patrimônio coletivo
Projeto de lei sugere que seja permitido fazer seguro para os caminhões por meio das associações
Categoria quer ter o direito de ratear as despesas quando ocorrer algum problema com o caminhão, como acidente ou roubo
Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados propõe a alteração do artigo 53 do Código Civil para que seja permitido aos transportadores, de pessoas ou cargas, que se organizem em associações que viabilizem fazer seguro dos veículos. As entidades criariam fundo próprio, desde que os recursos sejam destinados exclusivamente à prevenção e reparação de danos nos caminhões e ônibus ocasionados por furtos, acidentes, incêndio, entre outros.
O PL 4.844/2012 é de autoria do deputado Diego Andrade (PSD-MG). Ele constata que, mesmo exercendo uma atividade vital para o desenvolvimento econômico e social do país, os caminhoneiros, em especial os autônomos, enfrentam inúmeros obstáculos no dia a dia de trabalho. As dificuldades, segundo Andrade, com base em informações da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat), “começam no preço do frete, continuam nas péssimas condições em que se encontram as estradas do país e na falta de lugares apropriados para fazer paradas ao longo da viagem”.
No texto da proposta, ele pede que seja autorizada a criação de um fundo em associações para arcar com o seguro dos caminhões. Isso porque, além dos problemas enfrentados, os profissionais ainda não conseguem assegurar seu veículo de trabalho se ele tiver mais de 15 anos de uso. Quando fazem, o valor cobrado pelas seguradoras é exorbitante. “Não há dúvida de que o maior problema enfrentado pelos caminhoneiros é a insegurança na estrada. Furtos e roubos de carga e de caminhões afligem as empresas transportadoras, os caminhoneiros autônomos e suas famílias”, afirma.
O deputado reeleito diz que, diante da situação, a categoria está se organizando em associações para proteger o veículo dos associados, num sistema de autogestão e rateio dos custos entre os integrantes. “As associações oferecem outras vantagens, como segurança com rastreamento e monitoramento dos veículos, descontos em acessórios, equipamentos combustível e, ainda, cursos e palestras”, afirma Andrade.
Segundo informações da Fenacat, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, move pelo menos 30 ações contra as associações que fazem o seguro coletivo. A alegação é de que estariam comercializando seguros sem sua autorização.
Para o deputado federal, “a medida que o projeto vem implantar é necessária e urgente para garantir o funcionamento dessas associações que vêm suprindo a necessidade do caminhoneiro autônomo, necessidade essa que as companhias seguradoras vêm se negando a atender em razão do pouco interesse decorrente da avaliação de que teriam pouco retorno financeiro”.
"Não há dúvida de que o maior problema enfrentado pelos caminhoneiros é a insegurança na estrada. Furtos e roubos de carga e de caminhões afligem as empresas transportadoras, os caminhoneiros autônomos e suas famílias"
Deputado Diego Andrade
O projeto de lei está na Câmara dos Deputados aguardando parecer do relator da Comissão de Finanças e Tributação. Ele foi apresentado em 2012. No ano passado, a Fenacat publicou um manifesto e pediu adesão da categoria para a Regulamentação das Associações de Proteção de Veículos de Caminhoneiros e Transportadores (caminhões, rebocadores e semirreboques).
O movimento, segundo o manifesto, apoia a aprovação do que chama de Associações de Proteção e Autoajuda, que são os grupos de rateio das despesas. Segundo a Fenacat, no Senado também tramita um projeto para alterar o artigo 53 do Código Civil e autorizar a formação das associações.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.