Pavimento em teste

Uma equipe técnica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) esteve na BR-116, na Bahia, no início de fevereiro, para acompanhar o simulador de tráfego que foi instalado no KM 410 da rodovia no mês anterior. O equipamento faz parte das ações do programa Método de Dimensionamento Nacional de Pavimentos (Medina) e visa observar o desempenho do asfalto de forma acelerada em vez de esperar por até dez anos o surgimento de eventuais defeitos, já que, com essa ferramenta, a estrutura construída é avaliada em apenas um mês, segundo a autarquia.

Durante a visita, foram realizados ensaios para acompanhar o comportamento do pavimento por meio da identificação de fissuras e da avaliação de deformações e condições de superfície. Esta é a primeira vez que uma rodovia federal gerenciada pelo Dnit realiza esse tipo de teste. A expectativa é que o relatório final saia até o fim de março.

De posse dos resultados, o departamento poderá projetar estruturas mais adequadas às condições de tráfego e de clima, melhorando os processos de avaliação dos projetos contratados e a confiabilidade da estimativa de vida útil do piso.

Possibilidades

O diretor de planejamento e pesquisa da autarquia, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, esteve na Bahia para acompanhar os primeiros ensaios do simulador. Segundo ele, o emprego do equipamento permite que o processo de calibração do Medina seja mais confiável.

“Podemos criar diferentes seções-teste com diferentes materiais e, com a utilização do simulador, comparar quais estruturas se comportaram melhor, sem a necessidade de esperar durante anos pelo resultado”, destacou Mello, ressaltando que o equipamento é uma boa ferramenta para testar materiais em pistas experimentais.

O simulador de tráfego instalado na BR-116 corresponde a um semieixo com dois pneus (representando a metade de um eixo de caminhão), que é carregado com uma carga determinada. Com movimentos para frente e para trás, em uma extensão de aproximadamente 7 metros, ele reproduz o efeito do tráfego de veículos no pavimento, permitindo também o controle da temperatura e a simulação de chuva a fim de se obter uma maior similaridade com o cenário real das rodovias. Com o tempo, então, o piso vai sendo avaliado, verificando-se a evolução dos defeitos que poderão surgir na via.