Pedágio por trecho pecorrido
A partir de julho, pedágios serão cobrados em valores proporcionais ao espaço percorrido nas rodovias privatizadas, e chips eletrônicos permitirão medição da distância e dispensarão a parada nos postos de cobrança
A- A A+Ao percorrer as estradas pedagiadas, impossível o motorista não observar aqueles trechos dos quais ele utiliza somente 5 km e paga a tarifa integral, assim como as regiões em que roda longas distâncias sem ser cobrado por isso. Os pontos onde se instalam as praças de pedágio são definidos considerando-se os principais destinos e origens, contudo, casos como esses acontecem.
No intuito de se promoverem taxas mais justas para os motoristas e receitas corretas para as concessionárias, está proposto um modelo de cobrança por quilômetro rodado. Essa medida será possível com a total operação do Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos (Siniav), criado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
FREE FLOW
Com um chip eletrônico instalado nos veículos, o Siniav funcionará como rastreador e conterá as informações do automóvel. A tecnologia tem o objetivo de melhorar a fiscalização e a gestão do tráfego e, ainda, permitirá a identificação da passagem de veículos nas rodovias federais. O Siniav é composto, além das placas eletrônicas de identificação veicular, por antenas leitoras, equipamentos de configuração e sistemas informatizados.
Com o monitoramento via radiofrequência, a medição do deslocamento é precisa. Portanto, a base de cálculo dos pedágios será o equivalente ao uso da infraestrutura do trecho percorrido, e o motorista não precisará parar nos postos. A passagem na catraca será automaticamente liberada, sendo que a cobrança poderá ser realizada por correspondência ou em forma de descontos nos créditos do dono do veículo. Caso algum automóvel não seja registrado, câmeras instaladas na rodovia irão fotografar as placas e enviar a fatura, posteriormente, para o usuário.
Esse tipo de cobrança é utilizado nos Estados Unidos, recebendo o nome de free flow (em português: fluxo livre), justamente pelo fato de que não é mais preciso parar nas praças de pedágio. O sistema é similar aos efetivados para cobrança de pedágio por empresas privadas (como a Sem Parar, a Conect Car, a Auto Expresso e a Move Mais).
TESTE, IMPLANTAÇÃO E PRIVACIDADE
Em fase experimental, os chips estão sendo usados no interior de São Paulo. A estimativa do governo paulista é que as tarifas de pedágio possam cair até 30% com a nova tecnologia. De acordo com o Ministério das Cidades, o processo de implantação do Siniav deve ser concluído até o dia 30 de junho deste ano, e a adesão será obrigatória para todos os veículos. A placa eletrônica deverá ser instalada no para-brisas do carro de passeio, para facilitar a identificação, e, nos demais veículos, poderá ser conectada em outros locais.
A Resolução Nº 412/2012 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelece que, no veículo novo, a inserção da tag, com seu registro, deve ocorrer na etapa de emplacamento – portanto, não é da competência da montadora. Nos veículos em uso, cabe aos órgãos ou entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito a responsabilidade pela implantação e pela operação do Siniav, nos limites das competências a eles atribuídas.
Em relação à privacidade, o Ministério das Cidades afirma que a placa eletrônica não trará informações de identificação do proprietário do veículo – somente os dados visíveis, como número da placa, marca, modelo, cor etc.
MAIS BENEFÍCIOS
O ministério ressalta que, além de contribuir para a melhoria do transito nas grandes cidades do país, o Siniav tem a função primordial de promover a segurança ao trabalhar a prevenção, a fiscalização e a repreensão de furto e roubo de veículos e cargas no Brasil. O dispositivo pode ainda identificar outras irregularidades, como veículos com imposto e documentos vencidos. A tecnologia possibilitará também vantagem ao setor privado, que poderá ofertar novos serviços, como o de abastecimento e acesso automático a estacionamentos e condomínios.
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