Pela estrada afora...

Janaína Rocha colocou a mochila nas costas e decidiu se aventurar pelo país; ela conta um pouco de como se vira por aí

Turismo / 06 de Fevereiro de 2015 / 0 Comentários
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Viajar, viajar, viajar. Preparar uma mochila, colocá-las nas costas e dar adeus à monotonia da vida moderna. O ano de 2015 começou e, com certeza, muita gente carrega esse sonho mais que bagagens. Talvez, ele fique para depois, mas, quem sabe, é hora de realizá-lo? Já experimentou juntar uma graninha, pegar um mapa e sair por aí sem destino? Pedir carona para cami­nhoneiros que adoram hospedar visitantes em sua boleia por um trecho de estrada. Um sonho possível.

Janaína Rocha, de 24 anos, estudante de ciências da natureza em São Paulo, experimentou essa sensação no dia 2 de abril do ano pas­sado. A Chapada Diamantina foi o lugar escolhido para um verdadei­ro mochilão. De lá para cá, foram muitas andanças por aí, e, por isso, ela dá dicas de como se sair bem e com o que é preciso se preocupar.

A estudante já visitou várias cidades do país

De um modo geral, ela diz, o mais importante é cuidar da saúde. “Adoecer sozinho, longe de casa, é muito ruim. Vale a pena comer e dormir direito, investir numa boa mochila, para não sobrecarregar a coluna e alongar o corpo depois de caminhar com muito peso. E o principal: tomar muita água”. Para relatar sua rotina e tudo que aprende, lu­gares por onde anda, como se vira, ela criou uma página no Facebook, chamada “Pela estrada aflo­ra”. “No dia 2/4, saí de casa para descobrir o que aflora nas estradas”, diz o enunciado da página, na qual é possível acompanhar a jornada de Jana­ína pelo país, ver as fotos que posta e ler tudo que comenta a respeito dos lugares que visita.


Ela viaja principalmente pedindo carona nas estradas

Suas experiências são únicas. Talvez seja as­sim porque ela nem planeja suas viagens, esco­lhendo o destino ponto a ponto. “Apenas vou. Mas é importante pesquisar o clima do lugar em cada estação do ano. Por exemplo, uma vez, fui para Alagoas no mês de maio, quando a água fica muito escura. Então, acabei perdendo as belas co­res de Maragogi”, relata.

Para Janaína, sustentar uma viagem depen­de muito do perfil do viajante. A mochileira faz pequenos trabalhos e gasta mais com pas­seios. “Comida, normalmente, eu mesma faço; não gasto com transporte porque pego carona; e, para dormir, se não tenho couchsurfing, acampo em algum camping”, diz. O couchsurfing é uma rede social que faz a ponte entre turistas que querem hos­pedagem gratuita e pessoas que se dispõem a receber visitantes. Ele foi criado em 2003 e já possui mais de 4 milhões de usuários.

Janaína conta que muitos caminhoneiros gostam da companhia de uma carona 

Janaína conta que, em nove meses de pé na estrada, conheceu 11 Estados, tendo se hospedado em todos eles. Nesta lista ela não incluiu os locais por onde apenas passou. Cidades, de acordo com ela, foram mais de 50. “Perdi as contas já”, brinca.

Em cada estrada que passa, Janaína conhece um amigo estradeiro lidar com as emoções e explica o motivo: “Viajar é desco­brir o mundo, mas, acima de tudo, é desco­brir a si mesmo. O processo de autoidentifi­cação forma e se deforma viajando”, afirma. Contudo, as dificuldades, para ela, têm um lado bom. “É bom aprender a se virar em cada perrengue, em situações como, por exemplo, não ter onde dormir, não conseguir carona ou ficar doente”.

Viajar é uma forma de se conhecer melhor, segundo a mochileira

Quando Janaína viaja pelas rodovias, conta, principalmente, com a ajuda dos ca­minhoneiros. Alguns, diz ela, não dão caro­na de jeito nenhum. “Outros dão sempre”. E completa: “as caronas são tranquilas. Os caminhoneiros gostam de conversar, falam da vida, da família, das dificuldades da pro­fissão e das estradas. Também perguntam sobre minha viagem. Normalmente, eles dão carona para terem companhia durante seu trajeto”, explica.


Janaína se aventurou por diversas praias brasileiras

Para cada lugar que vai, Jana leva o es­sencial. “Mas deixo metade de mim”. Isso porque, segundo a viajante, é triste sair de um lugar com o qual se acostumou, onde se fizeram amigos e se arranjou um canti­nho. “Cada local é muito particular. Posso ir ainda a lugares melhores daqui em diante, mas as experiências que vivi em Chapada são únicas. O que mais levo são os sorrisos das pessoas com quem convivi”.

A principal dica que Janaína dá para quem quer se aventurar é simplesmente ir. “E se prepare para voltar completamente diferente. Isso se voltar, porque as chances de você se encantar por algum lugar e ali ficar são grandes”, conclui.

 

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