‘Perceba o risco, proteja a vida’

Os próximos meses serão dedicados às iniciativas que chamam a atenção dos brasileiros para um sério problema de saúde pública: os acidentes de trânsito. Somente no ano passado, 40.721 pessoas perderam a vida em ocorrências envolvendo um ou mais tipos de veículos, de acordo com o relatório anual da Líder, administradora do seguro por Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (Dpvat). As mortes no trânsito são a décima principal causa de mortalidade no Brasil.

Até dezembro, estão previstas cinco campanhas educativas abordando temas como a importância do cinto de segurança e de dispositivos de retenção infantil; o respeito e a vulnerabilidade; os perigos da noite; os impactos sociais dos acidentes; e os riscos de se consumirem bebidas alcoólicas antes de dirigir.

O ponto forte dessas ações será a tradicional Semana Nacional de Trânsito, que acontece anualmente de 18 a 25 de setembro. O tema deste ano é “Perceba o risco, proteja a vida”. O ato de dirigir é uma tarefa complexa, que exige do condutor muita concentração, reflexo e a tomada de decisões rápidas e constantes diante da percepção do perigo. Prever o que pode acontecer permite antecipar acidentes, segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

REALIDADE LOCAL

Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de Trânsito vão adaptar a mensagem de acordo com a realidade de cada região do país e desenvolverão iniciativas on-line, por conta da pandemia da Covid-19.

“O Contran definiu esse tema, mas nada nos impede de trabalhar outras frentes, conforme a situação de cada lugar. Por exemplo, nas empresas de transporte, podemos abordar o respeito à velocidade, o uso do celular e de drogas e a saúde do motorista”, afirma o inspetor De Paula, educador e instrutor de direção defensiva e segurança no trânsito.

O especialista, que trabalha há 40 anos nessa área, ressalta que as campanhas, especialmente a Semana Nacional, devem envolver todos os setores e representantes da sociedade, bem como ser direcionadas às crianças e aos jovens. “Mais do que nunca, a escola deve participar ativamente da educação para o trânsito, pois ela trabalha com os motoristas do futuro, capazes de transformar a realidade. Essa educação, além de ensinar regras, técnicas e métodos de prevenção de acidentes, deve ter a preocupação de formar cidadãos, porque a complexidade dos fatores que geram o problema não admite apenas uma linha de pensamento e trabalho”, conclui o inspetor De Paula.