Perigo que vem pela boca

Na alergia alimentar, os sintomas variam em cada paciente

Saúde / 13 de Abril de 2016 / 0 Comentários
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A alergia alimentar é uma reação causada por um mecanismo do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo, que o protege de forma errada, provocando uma doença. De acordo com a nutróloga Joana Gonçalves, não há como classificar o tipo de alimento de acordo com o sintoma alérgico gerado por ele, pois é algo que varia muito de pessoa para pessoa. Os principais são digestivos e intestinais, como diarreia, cólica, dor abdominal e obstipação intestinal; cutâneos, como urticária e eczema (inflamação da pele com muita coceira e placas avermelhadas, promovendo ressecamento e crostas); anafilaxia, também chamado de choque anafilático, episódio grave que reúne sintomas como falta de ar, queda da pressão arterial e inchaço; e respiratórios, mais raros, mas que aparecem em forma de tosse e chiado no peito.

Joana explica que os pacientes costumam ter mais de uma dessas manifestações ou as mesmas vão se alternando. Por exemplo, na infância, o principal sintoma é a diarreia; na adolescência, rinite; e, na fase adulta, coceira na pele.

A primeira coisa a ser feita é descobrir o diagnóstico correto. Para se obter isso, são realizadas avaliações clínicas e laboratoriais completas, que englobam testes alérgicos, consultas ambulatoriais e exames de sangue específicos para a pesquisa de alergias. Depois, conhecendo-se as causas, o próximo passo é afastá-las o mais completamente possível. “Costuma ser mais difícil detectar e tratar o caso de substâncias que são inaladas, já que as pessoas transitam em outros lugares que não são sua própria casa”, afirma a nutróloga.

O passo seguinte é a medicação, que varia dependendo do tipo da alergia. Anti-histamínicos, higiene nasal e corticosteroides tópicos são indicados para a rinite. Já nas crianças, são necessários alguns cuidados, como higiene nasal mais frequente, maior ingestão de líquidos, remédios apropriados para a faixa etária, atenção às infecções secundárias ao processo alérgico e prevenção com as vacinas disponíveis.

 

DIFERENÇA ENTRE INTOLERÂNCIA E ALERGIA ALIMENTAR

Muitas pessoas não sabem, mas há uma diferença entre intolerância e alergia alimentar. No segundo caso, o que acontece com as pessoas é uma reação adversa aos alimentos que envolve mecanismos imunológicos, sendo a maioria entre antígenos (substâncias estranhas ao organismo humano) e anticorpos. Os tipos de alergia alimentar incluem as reações de hipersensibilidade mediadas pela imunoglobulina E (IgE) e outras causadas por qualquer mecanismo imunológico. As reações às alergias são diferentes, podendo ocorrer desde manifestações locais, como edema e prurido nos lábios, até as sistêmicas graves, como a gastroenteropatia.

Já a intolerância alimentar é uma reação avessa aos alimentos, mas que não engloba o sistema imunológico, bem como não apresenta base psicológica. Ela pode ser resultado de fatores etiológicos e fisiopatológicos, como contaminação e reações farmacológicas, tóxicas, metabólicas, neuropsicológicas ou idiossincrásicas. Alguns exemplos são a intolerância à lactose, que é a mais comum, além da intolerância à glicose e à frutose. Nesses casos, há uma deficiência de enzimas que impossibilita a digestão da lactose, da glicose e da frutose, respectivamente.

 

PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE CAUSAM ALERGIAS ALIMENTARES

 

LEITE

Aproximadamente 90% dos casos de alergia alimentar estão relacionados ao leite de vaca e surgem na infância precoce. Ao contrário da intolerância à lactose, distúrbio que envolve apenas a deficiência de uma enzima, a alergia às proteínas do leite significa uma resposta maior do sistema imunológico, a qual pode ser imediata (os sintomas aparecem poucas horas após o consumo) ou tardia (os sinais podem levar de três horas a três dias para apareceram). A alergia tardia ao leite de vaca é a mais comum e, por seus sintomas surgirem muito tempo depois do consumo do alimento, tem seu diagnóstico bastante dificultado.

TOMATE

Normalmente, é associada ao uso muito frequente desse alimento na dieta.

FRUTAS CÍTRICAS

Indivíduos alérgicos a frutas cítricas podem facilmente apresentar carência de vitamina C. Uma solução é recorrerem a uma fonte suplementar dessa vitamina.

REFRIGERANTE À BASE DE COLA E DE CHOCOLATE

Nesse caso, a sensibilidade a esses alérgenos é facilmente identificada.

LEGUMINOSAS

Soja, ervilha e feijões são grandes causadores de alergias.

MILHO

O milho e seus derivados, como amido de milho, óleo de milho e farinhas à base do grão, podem acarretar problemas alérgicos.

CASTANHAS E AMENDOIM

Quando não controladas, as aflatoxinas presentes nesses alimentos podem propiciar reação alérgica.

TEMPEROS

Entre as principais especiarias da culinária, a canela é um alérgeno comum.

ADITIVOS ALIMENTARES

Corantes, conservantes e aditivos artificiais são alérgenos. Sulfitos, aditivos muito comuns utilizados em picles, cervejas, vinhos, refrigerantes de cola, frutas e vegetais secos, cerejas ao marrasquino, batatas secas ou congeladas também podem provocar reações alérgicas

FERMENTO NATURAL

O fermento natural, muito presente em pães, pode trazer reações alérgicas ao organismo.

OVO

A albumina, proteína do ovo, é usada em marshmallows, comidas congeladas e outras misturas para alimentos.
A clara também está entre os principais alimentos alérgenos.

TRIGO, AVEIA, CEVADA E CENTEIO

O glúten presente nesses alimentos pode causar alergia a pessoas portadoras de doença celíaca.

PEIXE

O peixe estragado apresenta altos teores de histamina, que causa reação alérgica intensa, mesmo antes de haver alteração do sabor.

FRUTOS DO MAR

Caranguejo, lagosta e camarão podem desencadear reações severas de alergia.

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