Pneu com etiqueta
Programa Brasileiro de Etiquetagem, do Inmetro, regulamenta informações que devem constar em pneus novos
Etiqueta mostra principais itens classificados pelo Inmetro
Desde o início de maio, pneus novos radiais de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus só podem ser comercializados no país com a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence). A implementação faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que há três anos está sendo estudado pelo Instituto Brasileiro de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A norma foi regulamentada por meio da Portaria 544/2012.
Para esclarecer ao consumidor e aos comerciantes como funciona a nova etiquetagem, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) publicou material informativo. Segundo a associação, a etiqueta possui três critérios principais. O primeiro deles é a resistência ao rolamento, que está relacionada diretamente à eficiência energética. Esse item, de acordo com a associação, “mede a energia absorvida quando o pneu está rodando. Com isso, quanto menor for a resistência ao rodar, menores serão o consumo de combustível e o impacto ao meio ambiente por meio da emissão de CO2”. Nesse caso, a etiqueta terá seis classificações, sendo A a mais eficiente.
O segundo critério é aderência ao piso molhado. Conforme informações da Anip, a escala vai de A, com melhor desempenho, até E. Essa classificação mede a distância percorrida pelo veículo após a frenagem quando a pista está molhada. Já o terceiro critério é ruído externo, que indica o nível de barulho produzido pelo pneu, o que também gera impacto no meio ambiente. O limite, nesse caso, é de 75 dB para veículos de passeio, de 77 para comerciais leves e de 78 para caminhões e ônibus.
O comércio está se preparando para a nova norma desde 2015, quando o Inmetro anunciou a mudança. Agora, a etiqueta passa a ser obrigatória para produtos nacionais e internacionais. Os pontos de venda tiveram o período para vender todo o estoque antigo.
Não se adequam à resolução pneus reformados, de bicicletas, para uso exclusivo em veículos agrícolas, os destinados a competições, militares, industriais e de empilhadeiras. Também não precisam seguir a norma os pneus de motocicletas, motonetas, ciclomotores, veículos de coleção, os diagonais, para uso temporário e profissional em condições off-road.
O presidente da Anip, Klaus Curt Müller, informa que a regra tem o objetivo de oferecer mais transparência ao consumidor e ajudá-lo a escolher o pneu mais adequado a seu veículo e a seu tipo de direção. “Desde 2015, além da diferenciação dos produtos no mercado, a etiqueta passou a ser mais um estímulo à competitividade entre os fabricantes, o que favorece o desenvolvimento e a fabricação de produtos cada vez mais eficientes”, explica.
Segundo a Anip, a etiqueta dá ao consumidor uma ferramenta de informação adicional no momento da compra. “O regulamento ainda definiu limites mínimos de performance para cada um dos três critérios e que permitem a entrada de apenas produtos do mercado brasileiro que atendam a esses limites, trazendo efetivos benefícios à saúde e à segurança do usuário, bem como ao meio ambiente”, informa a entidade.
Segurança
Além de observar a etiqueta no momento da compra, o consumidor precisa fazer a manutenção adequada para garantir a segurança, já que o pneu é o único ponto de contato entre o veículo e o solo. Segundo a Anip, o motorista deve observar dez pontos essenciais. O primeiro é o desgaste, que influencia a estabilidade do veículo. É importante conferir o desgaste dos Tread Wear Indicators (TWIs), ou seja, daqueles “pelinhos” de 1,6 milímetro de altura presentes nos sulcos do pneu que reduzem com o tempo.
O segundo ponto é a calibragem. De acordo com a associação, os pneus devem ser calibrados semanalmente, sempre a frio, seguindo as orientações do manual do veículo. Também tem o excesso de peso, que pode prejudicar a estrutura do pneu. O quarto ponto é o alinhamento, que impacta a direção do veículo. Ele deve ser feito a cada 10 mil km rodados. O balanceamento precisa ocorrer na mesma medida e sempre quando houver troca de pneu.
Outro ponto importante destacado pela Anip é o rodízio dos pneus. Como há níveis diferentes de desgaste, é importante fazer a troca deles para corrigir as diferenças e dar mais estabilidade ao carro, principalmente nas curvas e nas frenagens. O consumidor deve ficar atento ainda aos produtos que atacam o pneu, como os derivados de petróleo. Por isso, não se pode estacionar em poças de óleo, por exemplo.
O oitavo destaque é saber “ler” o pneu, ou seja, verificar as letras e os números gravados na lateral dele. Eles informam carga e pressão máximas, local e data de fabricação, limite de velocidade, dimensões, tipo de construção e modelo. Na hora de comprar um pneu novo, é importante consultar o manual do veículo para saber qual o tamanho e os limites de carga e velocidade adequados.
A Anip destaca como décimo ponto o descarte adequado do pneu após ser usado. Hoje, os próprios pontos de venda recebem pneu velho. Assim, é possível fazer o descarte ambientalmente correto a fim de que a borracha seja usada na fabricação de outros itens, como asfalto-borracha, pisos de quadras, playgrounds, tapetes de borracha e solas de sapatos.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.