Números que assustam: R$ 1,2 bilhão de prejuízos causados pelo roubo de cargas no Brasil. Recentemente, a Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou pesquisa em que aborda o panorama do roubo de cargas no Brasil com dados referentes ao ano de 2022.
O estudo, realizado com base em dados coletados em parceria com órgãos públicos e privados, mostra uma redução de 9,1% em relação a 2021, totalizando 13.089 registros.
Mais de 85% das ocorrências estão concentradas na região Sudeste. Em seguida, ficam as regiões Sul, com 6,12% das ocorrências; Nordeste, com 4,66%; Centro-Oeste, com 2,81%; e Norte, com 1,23%.
O cálculo divulgado pela NTC&Logística a partir da pesquisa foi de perdas que somaram R$ 1,2 bilhões em cargas roubadas em todo o país. Francisco Pelucio, presidente da NTC, disse que a entidade tem acompanhado de perto a situação do roubo de cargas há mais de 25 anos a partir da área de segurança.
“A cada ano, vemos os números reduzirem, mas, mesmo assim, precisamos continuar combatendo para que um dia consigamos não ter que apresentar dados como esse. A NTC&Logística vai continuar trabalhando em estreita colaboração com as autoridades de segurança púbica e com o governo federal para que eles nos ajudem a diminuir números ano após ano”, afirmou Pelucio.
Carga
De acordo com os dados divulgados, as cargas mais roubadas em 2022 foram: alimentos, combustíveis, produtos farmacêuticos, autopeças, materiais têxteis e de confecção, cigarros, eletroeletrônicos, bebidas e defensivos agrícolas. Todas essas são as mercadorias, segundo o estudo, mais visadas por quadrilhas e grupos criminosos.
Nos últimos quatro anos, conforme pontuou o vice-presidente de segurança da NTC, Roberto Mira, houve uma diminuição considerável devido ao trabalho desenvolvido pela entidade junto aos órgãos públicos e privados. Segundo Mira, esses órgãos têm fornecido apoio ao enfrentamento. “O que é importante para que possamos continuar desenvolvendo nossas atividades com segurança”, afirmou.
Desde a aprovação da Lei Complementar nº 121/2006, segundo Roberto Mira, o setor de transporte tem se empenhado no combate ao roubo de cargas. A lei estabeleceu o Sistema Nacional de Combate ao Crime. “Ao longo de 25 anos desde a primeira redação do texto, em 1997, a associação, junto às empresas e às instituições, dispõe de recursos humanos e tecnológicos mais robustos para coletar dados, identificar as causas dos incidentes e propor soluções integradas ao Poder Executivo e às polícias nacionais e estaduais. Apesar dos desafios, o setor se encontra em uma posição privilegiada para lidar com isso”, pontuou o vice-presidente da NTC&Logística.
A estratégia adotada já há alguns anos pelo setor em resposta aos problemas relativos ao roubo de carga é fortalecer a ação dos órgãos de segurança pública e estreitar as parcerias com as empresas do segmento e suas entidades representativas. De acordo com Mira, essa abordagem tem se mostrado eficaz nos últimos anos.
Segundo ele, o próprio setor de transporte tem demonstrado um grande interesse em soluções modernas e no uso de ferramentas que, para ele, são fundamentais para lidar com as interferências no transporte de cargas como sistemas de rastreamento e verificação da qualidade do transporte. “Esses sistemas permitem acompanhar em tempo real a localização e o status das cargas, o que auxilia na identificação de possíveis problemas e na tomada de ações rápidas para solucioná-los”, complementou.
O interesse das empresas, ao mesmo tempo, tem impulsionado o investimento em áreas de gerenciamento de risco nas transportadoras, ou seja, as empresas, segundo Mira, têm se tornado cada vez mais preparadas e equipadas para lidar com os desafios relacionados ao roubo de cargas. “Essa postura proativa é fundamental para continuar reduzindo os índices desse tipo de crime”, afirmou.