Problema Persistente

Avanço da dengue pelo Brasil preocupa o Ministério da Saúde, que não descarta a possibilidade de o número de doentes ser ainda maior no próximo verão. Até agora, 2019 aparece como o terceiro pior ano das últimas duas décadas.

Saúde / 19 de Novembro de 2019 / 0 Comentários
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O número de casos prováveis de dengue registrados neste ano no Brasil está fazendo com que a doença permaneça no centro das atenções das autoridades de saúde por mais tempo do que o de costume. Normalmente, a virose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti é assunto recorrente na primeira metade do ano – a Entrevias deu destaque ao tema na edição de maio último – e tende a ser menos comentada no segundo semestre. Em 2019, no entanto, a situação mudou.

De acordo com o Ministério da Saúde, até 12 de outubro, mais de 1,48 milhão de casos foram notificados no país – entre suspeitos e confirmados –, um total 690% maior do que o de todo o ano passado (215.585). No mesmo período, 689 pessoas morreram em decorrência da enfermidade, cinco vezes mais do que em 2018, quando foram registrados 128 óbitos.

Até o momento, segundo dados do governo federal, a cada 100 mil habitantes, 708,8 são afetados pela dengue. O Centro-Oeste brasileiro é a região com a maior taxa de incidência, embora o número de casos seja menor por lá: 1.235,8 pessoas a cada grupo de 100 mil.

Minas Gerais e São Paulo são os Estados com a maior parte das notificações (62%), com 482.739 e 442.014, respectivamente. Entre os pacientes mineiros, 154 não resistiram. No Estado vizinho, as mortes já chegam a 247.

Neste ano, vamos ter um aumento de casos, principalmente no Nordeste do país, na Bahia. Tivemos a reentrada do sorotipo 2 há dois anos, e, no ano passado, isso fez um estrago muito grande no Estado de São Paulo, na região de Bauru. Depois, ela [a dengue] reentrou por Goiás e pelo Tocantins. Foi um número muito grande de casos, porque o sorotipo 2 há muitos anos não circulava no Brasil. Então, agora, ele volta com força total”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante uma reunião com outros ministros do Mercosul, no início de novembro.

O aumento das chuvas em algumas regiões e a redução da prevenção também são apontados como fatores determinantes para a ampliação do número de doentes no país, em 2019, conforme informado pelo ministério. Este já é o terceiro ano com o maior número de notificações desde o início da série histórica, em 1998, ficando atrás apenas de 2015 (1,68 milhão) e de 2016 (1,5 milhão).

 

Outros males

O levantamento feito pela pasta mostra ainda as informações sobre a chikungunya e a zika – outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Até 12 de outubro, a primeira delas havia sido notificada 123.407 vezes em todos os Estados (no ano passado, foram feitos 78.978 registros). A infecção foi a causa confirmada da morte de 75 pessoas. Rio de Janeiro (83.079) e Rio Grande do Norte (12.206) concentram 77,2% dos casos prováveis.

Em relação à zika, os dados vão até 21 de setembro: 10.441 notificações no Brasil e três óbitos relacionados.

O que fazer

A recomendação do Ministério da Saúde para reduzir a proliferação do mosquito vetor das três doenças é manter as ações de prevenção, como verificar se existe algum tipo de depósito de água no quintal ou dentro de casa. Também é indicado lavar semanalmente, com água e sabão, as vasilhas de água do animal de estimação e os vasos de plantas, para eliminar possíveis ovos do Aedes.

A pasta ainda orienta a população a não formar pilhas de lixo ou de entulho em locais abertos, como quintais, praças e terrenos baldios. Outro hábito que pode fazer diferença é a limpeza regular das calhas, com a devida remoção de folhas que podem se acumular durante o inverno. (Com a Agência Brasil)

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