Produção de caminhões no azul

Anfavea comemora saldo positivo de 2022, mas faz projeção de queda para os próximos meses

Economia / 10 de Março de 2023 / 0 Comentários

A produção de caminhões em 2022 foi 1,9% superior à do ano anterior. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram produzidas 161,8 mil unidades no país, segundo levantamento da Agência Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A- A A+

A produção de caminhões em 2022 foi 1,9% superior à do ano anterior. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram produzidas 161,8 mil unidades no país, segundo levantamento da Agência Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No mesmo período de 2021, o total foi de 158,8 mil. Já entre os meses de dezembro dos dois últimos anos, o avanço em 2022 foi de 16,5%.

De acordo com a entidade, o último balanço anual do segmento mostra um cenário positivo de produção e exportação e de estabilidade nas vendas. “Depois de um primeiro quadrimestre muito difícil em função da falta de semicondutores, o setor acelerou o ritmo e conseguiu atender parte da demanda reprimida nos mercados interno e externo”, avalia o presidente da agência, Márcio de Lima Leite.

No quesito licenciamento, porém, os caminhões recuaram 1,6% no ano passado em relação a 2021, somando 126,6 mil emplacamentos frente aos 128,7 mil anteriores. Por outro lado, a exportação de veículos pesados engrenou em 2022, ultrapassando o ano que o precedeu em 12,1% (25,5 mil versus 22,7 mil unidades).

Quadro geral

Considerando todos os tipos, foram produzidos 2,37 milhões de veículos em território nacional em 2022, o que representa uma alta de 5,4% sobre 2021, superando a previsão de crescimento de 4% da Anfavea. Na avaliação de especialistas da instituição, contribuiu para isso “a sensível redução nas paralisações de fábricas no segundo semestre, com uma melhora parcial no fluxo de componentes eletrônicos”.

Em relação às vendas, o acumulado do ano passado foi de 2,10 milhões de unidades, um recuo tímido de 0,7% ante 2021, indicando estabilidade, conforme havia sido projetado pela agência ainda no fim do primeiro semestre. Os automóveis e os ônibus se destacaram nesse aspecto com um desempenho melhor do que do penúltimo ano, enquanto os caminhões e os comerciais leves registraram quedas e acabaram puxando para baixo o resultado geral.

Segundo o levantamento da Anfavea, o indicador mais positivo da indústria automotiva em 2022 foi o das exportações, com um crescimento de 27,8% (ou 480,9 mil autoveículos enviados para fora do Brasil). “O que não deixa de ser surpreendente, dadas as restrições de comércio exterior impostas pela Argentina em crise, nosso maior parceiro comercial. Em contrapartida, o sensível crescimento dos embarques para todos os outros mercados latino-americanos, em especial México, Colômbia e Chile, permitiu esse bom resultado no ano”, pontua a agência.

Projeções

Apesar de o cenário geral ter sido positivo para o setor, as projeções para os próximos são comedidas. O presidente da Anfavea considera que o país precisa fazer a lição de casa para que o mercado deixe de andar de lado como nos últimos anos.

“A questão do crédito é o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada. Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos impõem desafios e oportunidades”, destacou Leite durante a primeira coletiva de imprensa da entidade neste ano. “Vamos continuar mantendo o diálogo com os novos governantes em níveis federal e estaduais, além dos parlamentares, de forma a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria ante uma conjuntura global cada vez mais competitiva”, completou o dirigente.

No tocante à produção de automóveis, a Anfavea acredita que haverá um aumento de 2,2%, chegando a 2,42 milhões de unidades. São esperados uma alta de 4,2% para automóveis e comerciais leves e um recuo de 20,4% para caminhões e ônibus em função da mudança de regra de emissões para o Proconve P8, que deverá acarretar um reajuste de preços, impactando negativamente o segmento de pesados, segundo a Anfavea.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.