Quando o sol é um problema

Especialistas indicam fazer o autoexame para identificar manchas que podem ser um câncer. Sinal deve ser avaliado por um profissional

Saúde / 29 de Julho de 2014 / 0 Comentários
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O câncer de pele é o mais predominante no Brasil. Mas o que muita gente não sabe é que fazer um autoexame e ficar atento aos detalhes do corpo pode contribuir para o diagnóstico precoce. “Reconhecer qualquer alteração nas pintas e sinais do corpo pode ser vital nos casos mais agressivos, como o melanoma, por exemplo, responsável por 75% das mortes por câncer cutâneo”, ressalta o dermatologista da Clínica da Pele Annia Lourenço, Guilherme Augusto Gadens.

Segundo Adriana Lemos, que é dermatologista da Clínica Yaga Laser e Cosmiatria, membro da Academia Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, o câncer de pele pode se assemelhar a pintas ou outras lesões benignas, por isso, conhecer bem a pele faz toda diferença na hora de detectar qualquer irregularidade.

Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia pode diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos sintomas: uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

“Existe uma metodologia indicada para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma”, explica Guilherme. Segundo ele, o importante é, em casos de sinais suspeitos, a pessoa procurar um dermatologista.

FAÇA O AUTOEXAME
1 Posicione-se em frente ao espelho com os braços levantados e examine a frente, as costas e os lados direito e esquerdo do seu corpo
2 Dobre os cotovelos e observe também as mãos, antebraços, braços e axilas
3 Examine as partes da frente, de trás e dos lados das pernas e a região genital. Sente-se e examine a planta e o peito dos pés, assim como entre os dedos
4 Com um espelho de mão, observe o pescoço, couro cabeludo e orelhas e toda a pele do seu rosto
5 Com o espelho de mão, observe ainda as costas e nádegas

 

COMO SE PROTEGER
Para os motoristas e profissionais da estrada, a dermatologista Adriana Lemos afirma que é primordial aplicar protetor solar na face, pescoço e peito, bem como nos braços e mãos, que ficam mais expostos durante a viagem. Ainda é importante usar óculos escuros com proteção UV e chapéus. “O caminhoneiro deve tentar se programar para não pegar o sol batendo de frente no caminhão e reaplicar o protetor pelo menos três vezes por dia. Para as áreas que apresentam mais pelos, como o peito e os braços, existem protetores em spray que espalham melhor. Usar blusas de algodão de manga comprida e de cores mais claras também auxilia na proteção dos braços”, afirma.

Além de exposição ao sol, entre outros fatores, a idade do paciente influencia no aparecimento da doença. O risco de uma pessoa desenvolver um carcinoma basocelular (CBC) aos 75 anos é cinco vezes maior se comparado a um indivíduo com a mesma cor de pele aos 50 anos. Já o tabagismo pode desencadear o aparecimento do carcinoma espinocelular (CEC), principalmente nos lábios e na boca. Fatores genéticos, em especial no melanoma, também exercem papel importante, portanto, quem já teve casos de câncer na família apresenta um risco maior e deve ter atenção redobrada.

O câncer de pele é uma doença que tem cura quando detectado precocemente, por isso a importância do autoexame. No Brasil, o carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos de câncer de pele, é também o menos agressivo e possui índices altos de cura. O segundo câncer de pele mais frequente é o carcinoma espinocelular, com 25% dos casos, e o melanoma é detectado em cerca de 4% dos pacientes. O melanoma é o câncer de pele mais agressivo e que pode levar à metástase e até à morte.

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