Raio X das transportadoras
Pesquisa feita com profissionais do transporte rodoviário de cargas no Brasil vai levantar dados referentes à idade média dos caminhões, às regiões do país em que empresas do setor estão concentradas e às ferramentas mais utilizadas por elas
A- A A+A TruckPad (plataforma de gerenciamento para caminhoneiros), o portal Estradão (site do Grupo Estado dedicado a caminhões) e a Ipsos Brasil (empresa de inteligência de mercado) realizaram um mapeamento inédito no país: o perfil das transportadoras brasileiras. Os resultados devem ser divulgados no fim de março ou no início de abril e vão apontar dados como concentração das empresas no território brasileiro e tecnologia empregada por elas.
Os colaboradores vão receber o relatório em primeira mão, gratuitamente, mas ele também vai ser disponibilizado no blog da TruckPad e aberto a todos que quiserem acessá-lo, de acordo com a assessoria de imprensa da empresa.
O levantamento das informações foi feito por meio de um questionário online direcionado a profissionais do setor de transporte rodoviário de cargas brasileiro, que tiveram até 16 de fevereiro último para responder a cerca de 30 perguntas. Conforme os organizadores da pesquisa relataram, todos os dados coletados vão ser utilizados para fins estatísticos através de análise da Ipsos Brasil, que é filiada à Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa.
Idade média da frota, região do país em que as empresas de transportes estão mais concentradas, contratação de motoristas autônomos e ferramentas mais usadas para essa finalidade são algumas das informações que devem ser mapeadas a fim de fornecer ao mercado dados que contribuam para a elaboração de estratégias mais eficientes em cada frente de ação ao longo deste ano.
Ferramenta de controle
A pesquisa deverá ser uma aliada do segmento, que tem dispêndios elevados, responsáveis por impactos significativos na competitividade da produção nacional. Dados do estudo Custos Logísticos no Brasil, divulgados pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) há pouco mais de um ano, mostraram que a soma dos gastos com transporte, estoque, armazenagem e serviços administrativos consome 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país – nos Estados Unidos, por exemplo, essa fatia é de 7,8%.
Aqui, o transporte responde pela maior parte do custo: R$ 401 bilhões (correspondentes a 6,8% do PIB). Na sequência, aparecem estoque, com R$ 268 bilhões (4,5%), armazenagem, com R$ 53 bilhões (0,9%), e administrativo, com R$ 27 bilhões (0,5%). Já os investimentos em infraestrutura seguem na contramão. Conforme mostrado pelo estudo do Ilos, em 2015, eles foram equivalentes a apenas 0,19% do PIB brasileiro, que representa a soma das riquezas produzidas nacionalmente.
Ainda segundo o levantamento do instituto, se houvesse melhorias nesse quesito, permitindo uma proporção de modais semelhante à norte-americana, a redução de custos no transporte seria de cerca de R$ 80 bilhões. No Brasil, 65% da produção é deslocada em caminhões; 20% em trens; 12% pelo transporte aquaviário; 3% pelo dutoviário; e 0,1% pelo aéreo. Nos Estados Unidos, o rodoviário responde por 43%; o ferroviário, por 32%; o aquaviário, por 8%; o dutoviário, por 17%; e o aéreo, por 0,2%. (Com Agência CNT de Notícias)
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