Recuperação engrenada

Levantamento da CNT mostra que o setor de transporte registrou, no primeiro semestre deste ano, um desempenho semelhante ao do período pré-pandemia. Apesar de positivo, resultado é visto com ressalvas pela confederação.

Economia / 25 de Outubro de 2021 / 0 Comentários
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O setor de transporte tem avançado positivamente no cenário macroeconômico nacional, apresentando um crescimento semelhante ao do período pré-pandemia. A conclusão foi exibida pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) por meio de uma edição especial do Radar CNT do Transporte, lançada em agosto. O documento traz uma análise da atividade econômica brasileira no primeiro semestre deste ano.

Segundo a entidade, uma das evidências da retomada é a desagregação do Produto Interno Bruto – soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país –, cujo número-índice do primeiro trimestre de 2021 ficou bem próximo do que foi aferido nos últimos três meses de 2019 (no entanto, ainda em um nível inferior ao do período de pré-recessão de 2015/2016, conforme ressaltado pela CNT). Já a Pesquisa Mensal de Serviços – que produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor – apurou um volume 7,5% acima do que foi registrado em fevereiro do ano passado.

Outro aspecto positivo apontado pelo levantamento da confederação no tocante ao transporte foi a criação de 39,2 mil postos formais de trabalho no acumulado até julho último, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. O destaque foi o segmento rodoviário de cargas, com um saldo de 62 mil postos criados no período.

Em relação aos investimentos em máquinas, equipamentos e construção civil, foi observado um crescimento de 17% entre janeiro e junho na comparação com o mesmo intervalo de 2020. Os números apurados também indicam um avanço na utilização da capacidade instalada dos setores de construção, serviços e indústria, especialmente de abril a junho.

“O país terá o desafio de manter a ascensão contínua, apesar do cenário incerto para o futuro a pequeno e médio prazos. Soma-se a essa realidade o problema gerado pela intensidade do impacto da Covid-19 no âmbito socioeconômico. Superar os prejuízos gerados durante a pandemia será um dos obstáculos mais significativos para o setor”, avalia a CNT.

 

Incertezas

Diante desses números, o índice de confiança dos empresários também alcançou níveis próximos aos registrados antes da disseminação do novo coronavírus, segundo a Fundação Getúlio Vargas, indicando neutralidade. Por outro lado, os consumidores têm se mostrado pessimistas tanto em relação ao presente quanto no que diz respeito ao futuro.

De acordo com o Radar CNT do Transporte, três fatores merecem atenção para se manter o crescimento econômico no Brasil atualmente: a queda do desemprego, cuja taxa chegou a 14,7% nos primeiros seis meses deste ano; o controle da inflação, que tem guiado uma política de aumento de juros pelo Comitê de Política Monetária; e a manutenção evolutiva do quadro de vacinação no país.

“O desdobramento dessas e de outras variáveis gera incertezas quanto ao futuro próximo, que podem se acentuar com a chegada das eleições de 2022”, conclui a entidade, salientando que, por conta desses pontos, é preciso haver parcimônia na análise dos resultados, embora, de uma maneira geral, eles indiquem uma melhora nos níveis da atividade econômica. (Com a Agência CNT Transporte Atual)


 

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