Refinanciamento prorrogado de novo
A expectativa é que, desta vez, a burocracia e a ausência de obrigatoriedade não impeçam o acesso ao benefício
A- A A+No último dia de 2015, foi publicada a Medida Provisória 707, que prorroga até 30 de junho deste ano o refinanciamento de caminhões, previsto na Lei Federal 13.126/2015. Essa legislação beneficia os caminhoneiros autônomos e as empresas de transporte rodoviário de carga que faturam até R$ 2,4 milhões por ano e que adquiriram veículos até 31 de dezembro de 2014 com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A medida permite refinanciar, com juros subsidiados, as primeiras 12 parcelas que vencem a partir do pedido de refinanciamento, as quais são transferidas para o fim do contrato com a taxa original.
Contudo, como os bancos privados são apenas autorizados – e não obrigados – a atenderem à medida, o acesso ao benefício que oferece um fôlego para as contas é um suplício. Para conseguirem o refinanciamento, muitos caminhoneiros estão ajuizando ações na Justiça.
No âmbito do Judiciário, também não há consenso quanto à liberação do benefício. No fim do ano passado, Entrevias divulgou ações que receberam o apoio em torno da concessão do beneficio. Porém, juízes responsáveis por outras ações movidas com o mesmo objetivo decidiram de forma diferente, solicitando o envio de mais documentos pelo caminhoneiro ou que o banco apenas encaminhe o pedido do refinanciamento ao BNDES. Neste momento, os bancos passam a fazer exigências que inviabilizam o negócio, como carta de fiança de outra instituição financeira, e não aceitam seguros feitos por meio de associações de caminhoneiros.
Assim como há dificuldade em refinanciar, o novo crédito para a renovação de frota também não é prioritário. O Ministério da Fazenda informou, através de nota, que “não há espaço fiscal” para projetos que envolvam gastos, em resposta à declaração do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, de que o governo poderia ajudar no custeio de programa de crédito para a substituição de veículos antigos por novos.
A nota de esclarecimento foi divulgada após as reuniões realizadas, no dia 11 de janeiro, entre a Anfavea e os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão. “Durante o encontro [com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa], Moan apresentou os resultados e as projeções do setor automotivo, bem como o programa de renovação da frota. O ministério se comprometeu a avaliar as propostas, mas esclarece que não há, no momento, espaço fiscal para nenhum tipo de projeto que implique dispêndio com subsídios ou equalizações”, diz o comunicado divulgado.
A assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento informou que o presidente da Anfavea apresentou dados do setor a Simão, mas destacou que não há decisão do governo sobre programa ou subsídio para renovação da frota.
A Anfavea e mais 18 entidades elaboraram um programa para a substituição da frota entregue, em dezembro de 2015, ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo Moan, a redução da idade da frota de veículos contribuiria para o aumento da segurança no trânsito, a redução da poluição e a economia de combustível.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.