Riscos para 
o transporte

Estudo identifica ameaças nas áreas ambiental, econômica, geopolítica, social, tecnológica e de negócios. Publicação também aponta caminhos para antecipar possíveis adversidades.

Estradas / 30 de Agosto de 2023 / 0 Comentários

O que pode causar dificuldades na gestão e na operação das empresas de transporte e danos a infraestruturas e sistemas estratégicos? Um estudo inédito apontou 29 ameaças para essas e outras situações na logística do Brasil.

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O que pode causar dificuldades na gestão e na operação das empresas de transporte e danos a infraestruturas e sistemas estratégicos? Um estudo inédito apontou 29 ameaças para essas e outras situações na logística do Brasil. 

Intitulada “Análise de Grandes Riscos do Setor de Transporte”, elaborada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), a publicação compila a visão de representantes de instituições do setor que, com base em sua larga experiência, avaliaram a probabilidade de ocorrência das ameaças levantadas e as suas possíveis consequências a partir das quais foram definidos os seus níveis de risco.

Os objetivos desse estudo são indicar quais fenômenos representam potencialmente grandes riscos para o adequado desempenho do transporte e da logística no Brasil, bem como orientar o setor e o poder público para que se antecipem e se adequem às suas eventuais consequências.

Os grandes riscos foram divididos em seis categorias: ambiental, ambiente de negócios, econômica, geopolítica, social e tecnológica. 
Predominaram, nos maiores níveis de ameaça, segundo os representantes consultados, os riscos nas categorias relacionadas ao ambiente de negócios, sociais e econômicas. Destaca-se, porém, que todos os riscos identificados no estudo teriam um impacto significativo caso ocorressem, pois, em todos eles, as somas dos percentuais de avaliações de níveis de risco “extremo” e “alto” foram superiores a 50%.

“Ressalta-se, na percepção dos representantes do setor, um maior potencial de impacto decorrente de alterações em leis e normas, com eventuais sobrecargas em termos de tarifas e tributos. Tem-se, assim, uma falta de previsibilidade no planejamento e uma quebra de expectativa em relação ao retorno dos investimentos. O roubo de cargas, por sua vez, tem tomado proporções cada vez maiores e agravado o problema no setor, com ataques cada vez mais ousados do crime organizado”, diz o estudo.

Os riscos ambientais vêm impactando de forma crescente os negócios no transporte, com a ocorrência, por exemplo, de eventos climáticos extremos e desastres naturais. Eles podem afetar de forma particular as infraestruturas e sistemas, a exemplo do aumento do nível do mar em áreas portuárias e dos desabamentos de terra, altas temperaturas e queimadas, provocando estragos nas infraestruturas rodoviária e ferroviária.

Caminhos
O estudo também aponta diretrizes e orientações de melhoria para a gestão dos riscos. Um deles é a ampliação da abordagem dos instrumentos de planejamento existentes para todas as categorias de riscos, e não apenas para infraestruturas e demais ativos físicos.

A criação de estrutura permanente para o monitoramento de riscos relacionados ao setor de transporte e logística e o desenvolvimento de carreiras e capacitação de pessoal na administração pública para atuar no gerenciamento de riscos são outros dois pontos. O estudo também indica a construção e a adequação de infraestruturas e sistemas mais resistentes e resilientes.
Sobre o ambiente de negócios e legislação, as fontes consultadas pela CNT sugerem a unificação e a simplificação de documentos e critérios de fiscalização, digitalização de processos e conectividade entre agentes nos âmbitos municipal, estadual e federal. 

“Defende-se que haja processos participativos entre os segmentos produtivos e o poder público para a discussão das modificações tributárias e fiscais e para que sejam escutadas e validadas as demandas existentes. Por fim, o ambiente para a realização de negócios pode tornar-se mais atrativo e seguro por meio de investimentos e melhorias em infraestrutura, reduzindo os custos logísticos, da concessão de incentivos fiscais, como redução de impostos e simplificação da carga tributária, do estímulo à inovação tecnológica, aumentando a eficiência e a qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas e de investimentos em treinamento e qualificação profissional”, destacou a pesquisa.

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