Rodovias ruins

Pesquisa mostra que 67% das rodovias brasileiras têm problemas. Levantamento avaliou mais de 111 mil km da malha pavimentada pública e privada.

Segurança / 03 de Janeiro de 2024 / 0 Comentários

Mais de 67% das rodovias brasileiras estão ruins. A informação é da pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que classificou a malha viária como ruim, péssima ou regular.

A- A A+

Mais de 67% das rodovias brasileiras estão ruins. A informação é da pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que classificou a malha viária como ruim, péssima ou regular. O restante, 32,5%, foi classificada como ótima ou boa. 
 

O estudo foi divulgado no fim de novembro e feito em parceria com o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat).
Foram 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, sendo 67.659 de jurisdição federal e 43.843 de trechos estaduais. A pesquisa analisa três características das rodovias: pavimento, sinalização e geometria da via. A análise ainda considera variáveis como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e pontes. 
 
“A realidade que o estudo expõe reforça o que a CNT vem defendendo há anos: a necessidade de continuar mantendo investimentos perenes e que viabilizem a reconstrução, restauração e manutenção das rodovias”, informou a CNT em nota.
Por outro lado, a CNT criticou a redução de 4,5% no volume de recursos destinados aos investimentos em infraestrutura conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2024. “Diante do cenário, a CNT trabalha para viabilizar um aumento na dotação, por meio de emendas para intervenções prioritárias em 2024, em consonância com as prioridades do transporte e da logística do país”, complementou.
 
Diesel
Outro resultado mostrado pela pesquisa é o impacto da qualidade da pavimentação das rodovias na emissão de gases poluentes pelos veículos. O estudo mostra que há impacto no preço do frete, no preço dos produtos para o consumidor final e também que cerca de 1,139 bilhão de litros de diesel foram consumidos de forma desnecessária pela modalidade rodoviária do transporte neste ano. Essa quantidade de combustível fóssil, quando queimada, gerou a emissão de 3,01 milhões de toneladas de gases poluentes na atmosfera.
 
Concessões
Outro apontamento do estudo da CNT é sobre a diferença entre as rodovias públicas e privadas. As rodovias públicas representam 76,6% da extensão avaliada na pesquisa deste ano e, portanto, representam maior percentual de avaliações negativas (77,1%). Entre as rodovias concessionadas, 64,1% foram classificadas como boa e ótima.
 
A CNT apontou como pontos críticos os problemas ligados à infraestrutura, como queda de barreiras, erosões na pista, buracos grandes, pontes caídas e pontes estreitas. “Tratam-se de problemas na infraestrutura que interferem na fluidez dos veículos, oferecendo riscos à segurança dos usuários, aumentando significativamente a possibilidade de acidentes e gerando custos adicionais ao transporte”, informou a entidade.
 
A pesquisa foi divulgada no fim de novembro em entrevista coletiva concedida pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, o presidente do Sistema de Transporte, Vander Costa, e o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.