A chamada Rota do Café, como é conhecido o caminho percorrido pelos grãos cultivados em Minas Gerais e em São Paulo até o Porto de Santos, tornou-se o 14¡ monumento nacional do país após a sanção da Lei 14.718/2023, publicada em novembro último no “Diário Oficial da União”.
O percurso da produção agrícola tradicional dos dois territórios abrange rodovias federais e estaduais que cortam 50 municípios mineiros e levam até a capital paulista. A BR-381, principal ligação entre esses Estados, é uma das vias percorridas, bem como a SP-150, que conduz ao maior terminal portuário do país.
De acordo com o teor da lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Rota do Café é a via por onde, tradicionalmente, o carregamento do produto passava para ser escoado e comercializado. Por conta da importância econômica e de todo o desenvolvimento promovido por essa produção nos séculos 19 e 20, o trecho foi contemplado com o título federal.
Com essa medida, parte da história do café passa a ser um dos monumentos que preservam o patrimônio cultural brasileiro ao lado de outros 13 lugares, como Porto Seguro, na Bahia; Ouro Preto, na região Central de Minas; e o Monumento Nacional ao Imigrante, no Rio Grande do Sul.
Segundo a lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente, a Rota do Café inclui os municípios mineiros de Patos de Minas, Lagoa Formosa, Carmo do Paranaíba, São Gotardo, Araxá, Campos Altos, Tapiraí, Bambuí, Iguatama, Arcos, Formiga, Alpinópolis, Carmo do Rio Claro, Ilicínea, Boa Esperança, Cristais, Aguanil, Campo Belo, São Francisco de Paula, Oliveira, Boa Esperança, Santana da Vargem, Três Pontas, Varginha, onde fica localizado o Porto Seco Sul de Minas, Elói Mendes, Paraguaçu, Alfenas, Areado, Monte Belo, Muzambinho, Guaxupé, Guaranésia, São Sebastião do Paraíso, Cabo Verde, Botelhos, Bandeira do Sul, Campestre, Machado, Paraguaçu, Três Corações, Campanha, Cambuquira, Conceição do Rio Verde, São Lourenço, Carmo de Minas, Cristina, Pedralva, São José do Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre.
História
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Brasil exportou, em 2022, mais de 39 milhões de sacas de 60 kg de café. Por aqui, o consumo interno também é grande. O país é o segundo maior consumidor da bebida do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Apesar de ter chegado pelo Norte do país, entrando pela Guiana Francesa, de onde vieram as primeiras mudas plantadas no então Estado do Grão Pará, ainda no século 18, o café encontrou no Sudeste do país a região e clima perfeitos para prosperar e dominar o mercado como maior produtor mundial. (Com a Agência Brasil)