Rota do perigo
Roubos de cargas aumentaram 5,72% nas rodovias brasileiras na comparação de 2017 com 2016. No ano passado, prejuízo com ação de criminosos chegou a R$ 1,57 bilhão, conforme divulgado por entidade do setor.
Operações são realizadas contra o roubo de cargas nos Estados
Os roubos de cargas nas rodovias brasileiras causaram um prejuízo de R$ 1,57 bilhão no ano passado. De janeiro a dezembro, foram registrados 25.970 casos no país – 5,72% a mais do que em 2016 –, conforme divulgado pela Associação Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística (NTC&Logística). Somente os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo concentraram, juntos, 81,56% desse total. Os dados foram apresentados durante o 18º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, no mês de maio.
As estatísticas dos dois territórios colocaram a região Sudeste no topo do ranking nacional de ocorrências desse tipo em 2017. No período, foram 22.212 roubos de cargas, que, somados, resultaram em um rombo de R$ 1,11 bilhão (71,3%). Na sequência, aparece o Nordeste, com 1.514 registros (5,83%), o equivalente a uma perda de R$ 202,72 milhões (12,88%). Logo depois vem o Sul, onde ocorreram 1.440 casos (ou 5,55% do total) e um prejuízo de R$ 152,66 milhões (9,7%).
O Centro-Oeste e o Norte brasileiros registraram, respectivamente, 640 (2,46%) e 164 (0,63%) ocorrências, responsáveis pelos desfalques de R$ 66,10 milhões (4,2%) e de R$ 34,51 milhões (2,19%), nessa ordem.
Considerando-se os dados de 2014, o cenário é ainda mais alarmante, já que, nos últimos quatro anos, os roubos praticamente dobraram, tendo aumentado 48,97% (foram 17.432 naquela época), com base nas informações apresentadas pela NTC&Logística. Em 2015, o total de casos saltou para 19.248 e, em 2016, para 24.563. Na soma dos prejuízos calculados nesse intervalo, o resultado fica acima de R$ 5 bilhões.
Histórico
As cargas mais visadas pelos criminosos, de acordo com o assessor de segurança da associação, Paulo Roberto de Souza, são produtos alimentícios, cigarros, combustíveis, eletrônicos, produtos farmacêuticos, bebidas, têxteis e confecções, autopeças e produtos químicos. “A situação é bastante preocupante e vem se agravando ano após ano. Medidas precisam ser tomadas com urgência para viabilizar o transporte com segurança no país”, afirma Souza.
A confirmação de que essa modalidade de crime vem se intensificando no transporte rodoviário de cargas (TRC) está nos levantamentos feitos nas últimas duas décadas. “Para se ter uma ideia da dimensão desse problema, se considerarmos o período de 1998 a 2017 e somarmos as ocorrências registradas nele, vamos constatar que sofremos mais de 285 mil roubos de cargas, com um prejuízo na ordem de R$ 17 bilhões em valores subtraídos”, disse o diretor de segurança da NTC&Logística, Roberto Mira, durante a apresentação do balanço do ano passado.
Segundo a associação, o TRC tem cinco demandas principais e fundamentais para o combate adequado aos roubos de cargas nas estradas do Brasil: a efetiva implantação do Sistema Nacional de Prevenção ao Furto e ao Roubo de Veículos e Cargas; a aplicação da Lei 12.977/2014, que regula o funcionamento e a fiscalização das empresas de desmontagem de veículos automotores; a aplicação da Lei 9.613/98, por parte das autoridades policiais, nas situações de receptação de cargas; a elaboração, pelos governos estaduais, de legislação própria relativa à cassação do registro no cadastro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) como penalidade aos estabelecimentos envolvidos na receptação de mercadorias de origem irregular; e o foco no aperfeiçoamento da legislação hoje existente, de modo a combater de forma eficaz os delitos praticados contra cargas e veículos.
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