Sem parar

Viagens frequentes, longos perÌodos longe de casa e da famÌlia, estradas em condiÁıes prec·rias, custos elevados, desgaste dos veÌculos, cansaÁo fÌsico e emocional. Esses s„o alguns dos desafios enfrentados pelos caminhoneiros brasileiros rotineiramente. Mas, se por um lado eles vÍm afastando o interesse dos jovens em ingressar nessa profiss„o ñ segundo o Detran-SP, o n˙mero de habilitados com idades entre 18 e 30 anos caiu 10,5% ñ, por outro, a paix„o pela atividade mantÈm firmes na estrada aqueles que sempre sonharam em rodar o paÌs a bordo de um caminh„o.

Nesta ediÁ„o, a matÈria especial da Entrevias conta duas histÛrias inspiradoras de forÁa e superaÁ„o: a de Alex Boscolo, que sofreu uma amputaÁ„o parcial da perna esquerda aos 26 anos, e a de PlÌnio Junior, que fraturou a coluna e ficou paraplÈgico aos 34. Apesar de os episÛdios terem ocorrido em localidades, Èpocas e situaÁıes diferentes, os dois tÍm muito em comum, comeÁando pela determinaÁ„o de n„o abrir m„o de conduzir o prÛprio destino.

A despeito das dificuldades e de todos os entraves burocr·ticos encontrados pelo caminho ñ embora a legislaÁ„o resguarde o direito deles ñ, Boscolo e Junior continuam ativos no transporte rodovi·rio de cargas. Hoje, eles lutam pela inclus„o, j· que a contrataÁ„o de profissionais com deficiÍncia ainda deixa muito a desejar no paÌs. A chamada Lei de Cotas exige a contrataÁ„o de 2% a 5% de benefici·rios reabilitados do Instituto Nacional do Seguro Social ou de deficientes nas empresas com cem funcion·rios ou mais, mas, na pr·tica, as admissıes nunca passaram de 1%, segundo dados da Secretaria do Trabalho, vinculada ao MinistÈrio da Economia.