Sintonia sertaneja
Dupla Pablo & Conrado faz sucesso em Minas e agora se prepara para lançamento de CD com canções autorais e clipe na internet
A- A A+A primeira apresentação da dupla Pablo & Conrado aconteceu em 2011, mas eles se recordam como se tivesse sido ontem. O convite partiu de Pablo que, de uma hora para outra, viu-se sem o parceiro de costume. Conrado aceitou de imediato, embora trabalhasse com outro cantor nas noites belo-horizontinas. Do improviso surgiu a dupla sertaneja, que hoje se orgulha da marca de 12 shows por mês, em média, e se prepara para lançar o segundo CD – desta vez, com canções autorais – e um clipe no YouTube. Na agenda, muitos bares, casas noturnas e, principalmente, festas tradicionais do interior de Minas Gerais.
Mas, para entender a história dos dois, é preciso conhecer um pouco da trajetória de cada um. Pablo, cujo nome de batismo é Marcos Vinícius Gonçalves, tem 28 anos e nasceu em Jeceaba, na região Central do Estado. A relação dele com a música teve início aos 10 anos, ainda na cidade natal, tocando violão na igreja. Aos 14, ele montou uma banda de baile, de gêneros variados, junto a outros nove jovens. “Tocávamos na região, em festas de peão, festas juninas. Na verdade, sempre gostei de sertanejo, mas, como lá não tinha muita oportunidade, entrei para a banda”, relembra Pablo.
Enquanto não conseguia se firmar profissionalmente na música, ele trabalhou com entregas de compras on-line e como gerente de um posto de gasolina. Aos 18 anos, Pablo e outro integrante da banda decidiram montar uma dupla (Lucas Vinícius & Cristiano), que durou um ano em Jeceaba e outros quatro anos em Belo Horizonte, para onde ele se mudou há cerca de uma década. A essa altura, a dupla já recebia o couvert pelas apresentações que fazia com casa cheia às sextas e aos sábados em uma churrascaria na região do Barreiro, na capital. Depois de um incidente no palco, no entanto, Cristiano abandonou o parceiro de música. “Pablo & Conrado surgiu praticamente na sequência”, conta Pablo.
Conrado é o nome artístico usado por Ângelo Franklin Melquíades Serafim, de 29 anos. Ele nasceu e vive até hoje em Contagem, na região metropolitana de BH. O gosto pela música foi uma influência do pai, que, embora não seja profissional, sempre gostou de tocar guitarra e sanfona em família. Aos 7 anos, Conrado foi matriculado nas aulas de teclado e, aos 9, conquistou o segundo lugar em um festival. Aos 11, ele começou a se interessar por violão e, sozinho, arriscou-se nas primeiras notas. Três anos mais tarde, montou uma banda de forró na escola – o ritmo fazia grande sucesso naqueles tempos. Ele “arranhava” na sanfona; um colega tocava violão; outro, zabumba; e um quarto ia no triângulo.
“No ensino médio, comecei a criar mais expectativa com a profissionalização. Tinha uma turma que me chamava de ‘Ângelo da Viola’ e me convidava para fazer roda de violão. Assim, acabei tocando em alguns eventos”, diz Conrado. Anos mais tarde, em 2006, já formado, durante um encontro de amigos em um bar no Barreiro, um colega pediu ao cantor que se apresentava no local para dar uma chance a Conrado. O pedido foi atendido, e o jovem tocou por cerca de uma hora. Ao fim, o dono do estabelecimento fez o convite para que ele voltasse na semana seguinte para se apresentar profissionalmente. Durante três anos, voz e violão foram as ferramentas de trabalho do contagense.
Em busca de um parceiro para formar uma dupla, Conrado se inscreveu para as audições de um programa de TV que revelaria o novo talento da música brasileira. Na fila – que, segundo ele, dobrava quarteirões –, ele conheceu Rafael, que também morava em Contagem, e os dois passaram a se apresentar juntos. Depois de dois anos, no entanto, eles decidiram encerrar o trabalho. Na sequência, Conrado se uniu a Johnny, com quem permaneceu por oito meses, até receber o convite de Pablo.
“Nós tocávamos na mesma churrascaria em que Lucas & Vinícius, mas às quintas e aos domingos, dias de pouco movimento. Permanecemos assim por uns dois meses, até que Pablo me ligou dizendo que precisava de um substituto para a dupla dele. Não ensaiamos nada, chegamos lá e fizemos o show. Ganhei nesse dia o equivalente a três apresentações sozinho. Salvou demais minha semana”, diverte-se Conrado, que já havia trabalhado em uma fábrica de bateria, em uma loja de autopeças, na construção civil e vendendo bolos que a mãe fazia.
Ambos com problemas nas duplas originais, Pablo e Conrado decidiram encerrar as parcerias antigas e dar início a uma nova. Após a apresentação improvisada na churrascaria, eles se sentaram com os funcionários do estabelecimento para escolherem os nomes artísticos que usariam dali para frente. Hoje, vivem da música e não pretendem deixar os planos desafinarem.
“O Pablo é como um irmão para mim. A gente aprendeu muito um com o outro. Acho que nada neste mundo vai me agradar mais do que o que eu faço”, afirma Conrado. “Pedimos a Deus prosperidade na carreira da dupla, para que possamos estar em um patamar pelo menos médio, no futuro, mesmo que não seja infinitamente estourado”, completa Pablo.
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