Tecnologia para descarbonizar

Inmetro, empresas e universidades se unem para buscar soluções de descarbonização do setor de transporte rodoviário

Meio Ambiente / 15 de Fevereiro de 2024 / 0 Comentários

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) apresentou um projeto para a descarbonização do transporte rodoviário. Desenvolvido em parceria com empresas do setor, o sistema de conectividade veicular tem como foco a redução das emi

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O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) apresentou um projeto para a descarbonização do transporte rodoviário. Desenvolvido em parceria com empresas do setor, o sistema de conectividade veicular tem como foco a redução das emissões de carbono.

A iniciativa, segundo o Inmetro, é totalmente voltada para o transporte rodoviário e será feita a partir do desenvolvimento de tecnologias, inclusive inteligência artificial. O projeto foi batizado de Descarbonize.ai: Sistema Integrado para Análise, Monetização e Descarbonização do Tráfego Veicular. Na primeira etapa, o investimento é de R$ 18 milhões, a serem aplicados em projetos colaborativos com instituições de ciência, tecnologia e inovação voltadas para a cadeia automotiva.
 

Já fazem parte do projeto as universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e de Pernambuco (UFPE), além das empresas Embeddo Computação Aplicada, Volkswagem Caminhões e Ônibus (VWTB), Peugeot Citroen do Brasil e FCA Fiat Chrysler.
 
De acordo com o Inmetro, a solução abrange a utilização de tecnologias disruptivas como internet das coisas, inteligência artificial e blockchain para viabilizar a geração de ambiente sustentável, que promova a transição para uma frota veicular com maior eficiência energética e menor emissão de gases. “Nesse contexto, motoristas, gestores de frota, montadoras e corporações em geral são incentivados a adotar iniciativas ecologicamente responsáveis”, avalia o Inmetro. 
 
O projeto, que será executado com recursos do antigo programa Rota 2030, tem duas abordagens principais. A primeira utiliza dados reais e inteligência artificial para estimar, com menor incerteza, o consumo energético dos automóveis em condições de uso do dia a dia e seu comportamento em diferentes situações. 
 
A segunda abordagem, segundo o Inmetro, é a monetização. “Com esses dados, é possível criar modelos de negócio em que o condutor que compartilha as informações colhidas de seu veículo é recompensado com cripto créditos em uma plataforma blockchain. Esses poderão ser negociados com empresas interessadas nas informações, sejam elas montadoras, seguradoras, distribuidoras de combustíveis, concessionárias, entre outras”, explicou o servidor Wilson Melo, que faz parte da equipe do projeto.
 
Márcio André Brito, presidente do Inmetro, explica que o instituto tem entre suas atribuições alavancar a indústria em setores estratégicos da economia. “A questão sustentável, a busca por tecnologias verdes, é urgente. Esse projeto contempla esse objetivo”, afirmou.
 
Programa Mover
 
Ao mesmo tempo, o governo federal lançou o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que também tem o objetivo de descarbonizar a frota automotiva do país. Desta vez, a forma é por meio de incentivos fiscais. Os termos do programa foram publicados no fim de dezembro de 2023.
 
O Mover amplia as exigências de sustentabilidade dos veículos e estimula a produção de novas tecnologias por parte das montadoras. O governo destacou que o programa deve atrair investimentos para o setor de energia e eficiência energética do país, já que estão previstos estímulos tributários para a realocação de plantas industriais energéticas de outros para países para o Brasil.
 
O programa também traz novas regras para a fabricação de veículos. Há agora limites mínimos de reciclagem no processo de fabricação e a redução de impostos para as montadoras que poluírem menos. Também está previsto incentivo fiscal para as empresas que investirem em descarbonização.
 
O Mover é uma expansão do programa Rota 2030, em vigor desde 2018, e que foi extinto. A meta é reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030, estabelecendo requisitos mínimos para que os veículos já saiam das fábricas mais econômicos, seguros e menos poluentes. (Com Agência Brasil)

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