Tecnologia para melhorar o trânsito
Transbetim faz estudo e usa contador de tráfego para identificar o fluxo de veículos na região central
A- A A+Na tentativa de identificar o fluxo real de veículos que circulam na região central de Betim, a prefeitura da cidade, por meio da Empresa Municipal de Transporte e Trânsito (Transbetim), realiza um estudo cujo resultado vai apontar a necessidade de intervenções no trânsito. Com um contador de tráfego, 27 cruzamentos em locais que são prioridade foram monitorados entre 6h e 19h.
“As ruas monitoradas abrangem um quadrilátero: da avenida das Américas até a rua Santa Cruz e da avenida Edmeia Matos Lazzarotti à avenida Marco Túlio Isaac”, afirma o presidente da Transbetim, Gilvaldo de Vasconcellos Costa.
A previsão é de que o projeto seja concluído em setembro. “Logo após a conclusão dos estudos, vamos iniciar as intervenções que precisam ser feitas. O plano de obras será executado junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, à Secretaria Adjunta de Obras e Serviços Públicos, à de Meio Ambiente e à Diretoria de Políticas Urbanas. O mobiliário urbano também será analisado, por exemplo, se há abrigos de ônibus, lixeiras e se outros equipamentos estão corretamente posicionados e não interferem na passagem do pedestre”, afirma. O estudo, segundo Givaldo, envolve o tráfego como um todo, para verificar se semáforos e sinalização estão nos locais adequados, se os tempos semafóricos atendem à demanda ou se devem ser deslocados para outro lugar.
O estudo também pode apontar se a rua está com sua capacidade excedida e deve se tornar mão única. Do mesmo modo, a acessibilidade será estudada, por exemplo, se os passeios estão adequados e nivelados. Além disso, o paisagismo e a arborização serão readequados, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Por meio do contador de tráfego, equipamento que é formado por uma minicâmera presa a uma base fixa, é possível medir o fluxo de veículos durante um tempo determinado. As imagens são analisadas por um software, que quantifica aqueles que seguiram em frente, os que convergiram à esquerda e à direita, além de separá-los por categoria – caminhão, carro, ônibus ou moto.
O simulador conta o volume de tráfego na via e verifica o sentido da rua, direciona as ações refletindo a realidade e permite fazer projeções futuras. As imagens são transferidas para um banco de dados de informações sobre o trânsito da cidade.
“Esse sistema de contagem é inédito. É completamente digital, antes era feito por pessoas e era falho. O equipamento é importado do Canadá e o software transforma as imagens em números, classifica os tipos de veículos e verifica quantos pedestres passaram pelo local. Contratamos uma empresa para que pudéssemos ter uma base de dados confiável para executar o projeto de forma assertiva”, ressalta Costa.
MUDANÇAS DE CIRCULAÇÃO
Conforme Osías Baptista, engenheiro e consultor em engenharia de transportes e trânsito da empresa contratada pela Transbetim, o projeto será totalmente fundamentado nas contagens e medições de tráfego. “Com o resultado do fluxo, conseguimos propor mudanças de circulação. As imagens são enviadas dentro de uma rede digitalizada num modelo de microssimulação e, a partir daí, podemos testar alternativas de mudanças de tráfego sem precisar, no futuro, refazer um projeto executado” explica. Ainda de acordo com Osías, será levantado tudo que aconteceu na área central durante o período e todos os dados serão trabalhados, simulando o que pode ocorrer quando o projeto for concluído.
Segundo Gilvaldo de Vasconcellos, a princípio, o projeto será realizado no centro, considerado área crítica de circulação, já que 99% das linhas do transporte coletivo transitam na região. Linhas de ônibus de cidades vizinhas como Esmeraldas, Sarzedo e São Joaquim de Bicas passam por dentro da cidade, além dos veículos para carga e descarga no comércio.
“A necessidade de realizar o estudo surgiu dos questionamentos de que a mobilidade atual não funciona corretamente. Recebemos relatórios das empresas de transporte público que mostram que os atrasos acontecem devido à falta de agilidade no trânsito do centro. E esse projeto terá impacto positivo tanto para o transporte público quanto para o pedestre e para o estacionamento rotativo, que também será revisto. Além disso, pretendemos tornar os pontos de carga e descarga mais seguros para atender melhor ao comércio da cidade”, completa o presidente da Transbetim.
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