O hidrogênio tem sido apontado como a principal solução para um combustível verde e é a aposta mundial para a redução de poluentes emitidos no transporte. Vários países estão pesquisando e já lançando produtos movidos a hidrogênio, como é o caso de uma empresa chinesa que recentemente lançou o primeiro caminhão alimentado pelo combustível verde no estado gasoso.
A maior autonomia é uma das vantagens já identificadas de se apostar no hidrogênio como combustível verde para o transporte rodoviário de longas distâncias. No caso apresentado pela empresa chinesa Hybot, o veículo tem tecnologia empregada que entrega autonomia de mais de 1.000 quilômetros.
O caminhão H49 da Hybot tem previsão de ser lançado no mercado apenas em 2025, mas, segundo estudos apresentados pela empresa, ele mostrou ter desempenho superior ao da célula de combustível de hidrogênio apresentada por outros fabricantes. Isso significa redução de até 20% no consumo de combustível. De acordo com a empresa, o caminhão alcançou um consumo de 8kg de H2 para cada 100 km rodados.
A conclusão foi de que 80 kg de combustível seriam suficientes para alcançar a autonomia considerando-se uma capacidade de carga de 49 toneladas.
Segundo informações da empresa, o caminhão tem outros componentes sustentáveis. A água gerada como resíduo pela célula do combustível pode ser armazenada em um tanque e reaproveitada limpa no chuveiro.
A tecnologia tem sido desenvolvida há dois anos. Agora, a empresa vai começar a testar as primeiras unidades e planeja as primeiras unidades para 2025.
Poluentes
As emissões de CO2 lançado ao ambiente aumentaram 30% desde o ano 2000, e, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os caminhões contribuíram com 80% desse aumento. Recentemente, o Pnuma lançou o relatório “Veículos Pesados Usados e o Meio Ambiente Ð Uma perspectiva global dos veículos pesados usados: fluxo, escala e regulamentação”. A publicação foi feita com conjunto com a “Coalizão de Clima e Ar Limpo” (CCAC).
O relatório faz recomendações com formas de reduzir os aspectos nocivos dessa emissão para a saúde e para o clima. A perspectiva é que o número de veículos pesados continue a crescer com o aumento das atividades econômicas e a necessidade de movimentar pessoas e bens em todo o mundo. Por isso, as vendas de caminhões e ônibus dobraram em 15 anos.
A defesa dos órgãos é que haja regulamentações e que a emissão de poluentes esteja nos planos dos países para a redução da emissão de CO2 sem que isso impacte as economias. “Caminhões e ônibus contribuem para o crescimento econômico em praticamente qualquer lugar do mundo, mas são necessárias regulamentações ambiciosas para conter suas emissões. A introdução de tecnologias mais limpas pode ser um importante impulsionador da revolução global para o transporte com baixas emissões”, afirmou Rob de Jong, chefe da Unidade de Mobilidade Sustentável da Pnuma.