Trânsito impedido

A circulação de veículos de carga e de passageiros com peso acima de 23 toneladas será proibida entre junho e novembro deste ano na BR-319, única ligação rodoviária entre Manaus, capital do Amazonas, e Porto Velho, capital de Rondônia. Já entre os meses de dezembro de 2021 e maio de 2022, a restrição será aplicada aos veículos com capacidade de peso acima de 17 toneladas.

As restrições constam na Portaria nº 372 do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), publicada no fim de janeiro último. De acordo com a autarquia, a medida visa aumentar a segurança do transporte de passageiros e de cargas que atendem as comunidades situadas às margens da rodovia, sobretudo no trecho amazonense entre Careiro da Várzea (KM 13) e o entroncamento com a BR-230, no sentido de Humaitá (KM 679).

Apesar da sua importância para a região Norte do país, a BR-319 ainda tem extensões sem asfaltamento. De acordo com o Dnit, os projetos para a pavimentação da via estão em fase de elaboração, e a expectativa é que a execução dos trabalhos tenha início ainda neste ano.

Em janeiro, o departamento publicou um edital de licitação para a contratação da empresa que será a responsável pela elaboração do Plano Básico Ambiental, do inventário florestal, do projeto arqueológico, dos estudos de malária, da execução de campanhas de fauna e demais obrigações ambientais necessárias para a obtenção da licença de instalação e da autorização de supressão de vegetação para a reconstrução e a pavimentação do chamado “Trecho do Meio” da BR-319, localizado entre os KMs 250 e 655,7.

“Com a contratação, o Dnit tem como objetivo atender as obrigações ambientais requeridas no processo de licenciamento ambiental de reconstrução e pavimentação desse segmento da BR-319/AM”, afirma a autarquia.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura (Minfra), o projeto inclui novos dispositivos de drenagem, recuperação de áreas degradadas e o plantio de mais de 100 mil mudas nativas, bem como 20 passagens de fauna aéreas e 12 subterrâneas para animais que cruzam a estrada.

“O compromisso do Minfra, além de garantir o desenvolvimento econômico e social ao romper o isolamento das comunidades da região, é assegurar que a BR-319 seja considerada uma obra modelo no que diz respeito à sustentabilidade. As obras seguem as orientações dos órgãos ambientais”, pontua a pasta.

Intempéries

Também no início deste ano, quando o sistema de saúde de Manaus entrou em colapso por conta da falta de oxigênio para pacientes com Covid-19 – conforme mostrou uma matéria especial da última edição da Entrevias –, foi preciso criar uma força-tarefa para que carretas percorressem os 877 km da rodovia entre as capitais amazonense e rondoniense.

A operação contou com a participação de equipes do Dnit, da Polícia Rodoviária Federal e das empresas responsáveis pelos nove contratos de prestação de serviços de manutenção na via ao longo do ano.

Segundo o departamento, todos estavam a postos para fazer a correção de pontos críticos que pudessem surgir em decorrência das chuvas e permitir a passagem dos sete veículos carregados com 160 mil m³ de oxigênio que seguiram de um Estado para o outro.