Um país doente
Pesquisa do governo federal aponta que 57,4 milhões de brasileiros têm pelo menos uma doença crônica não transmissível, como hipertensão e diabetes
A- A A+Um estudo recente do Ministério da Saúde, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a população brasileira está doente. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) aponta que 57,4 milhões de pessoas – 40% da população adulta – possuem, pelo menos, uma doença crônica não transmissível, e elas são responsáveis por 72% das causas de mortes no país. Entre elas estão a hipertensão arterial, o diabetes, doença crônica da coluna, o colesterol e a depressão.
O sexo feminino é o mais atingido: 44,5% ou 34,4 milhões de mulheres têm uma dessas enfermidades. Segundo o Ministério da Saúde, "a existência das doenças está associada a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo".
Na apresentação dos dados, o ministro Arthur Chioro informou que é preciso incentivar um estilo mais saudável de vida na população brasileira. "Temos que romper esse hábito de sentar em frente à televisão e chamar a atenção da população sobre o sedentarismo", afirmou.
De acordo com a pesquisa, as regiões Sul e Sudeste tiveram os maiores índices de incidência: 47,7% e 39,8%, respectivamente. O Centro-Oeste vem em terceiro lugar, com 37,5%, seguido de Nordeste (36,3% da população) e Norte (32%). Em todas as regiões, segundo o MS, a mulher se destacou em prevalência das doenças, mas o fato se deve, conforme análise feita pelo órgão, a elas procurarem mais atendimento médico do que os homens, facilitando assim o diagnóstico.
A hipertensão atinge 31,3 milhões de pessoas acima de 18 anos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde. É um fator de risco para doenças cardiovasculares. O diabetes é um transtorno metabólico causado pela elevação da glicose no sangue e atinge 9 milhões de adultos no Brasil.
O Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, do Ministério da Saúde, prevê a redução da mortalidade em 25% até 2022. Para isso, planeja a redução do consumo de sal em 30%, do tabaco em 30%, álcool abusivo em 10% e inatividade física em 10%. Também estimula o aumento em 10% de ingestão de frutas, legumes e verduras.
FUMANTES
Outro dado revelado pela pesquisa foi a queda no número de fumantes no país. O número de pessoas que consomem cigarros e outros produtos derivados do tabaco caiu 20,5% nos últimos cinco anos. Em 2008, segundo a Pesquisa Especial de Tabagismo do IBGE, 18,5% dos adultos fumavam. Agora, segundo a PNS, são 14,7%. Nos últimos 12 meses, 51% dos fumantes tentaram largar o cigarro. A faixa etária de maior prevalência é entre 40 e 59 anos.
O cigarro, segundo o ministério, é a causa de cerca de 200 mil mortes por ano no país. A Organização Mundial de Saúde reconhece o tabagismo como epidemia e a nicotina expõe o usuário a 50 doenças, principalmente respiratórias e cardiovasculares. É responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão e 25% de doenças vasculares, uma delas o infarto.
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