Uma questão de gênero

Risco de mulheres morrerem nas vias é quatro vezes menor

Estradas / 13 de Abril de 2016 / 0 Comentários
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No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, uma notícia: o risco de uma pessoa do gênero feminino falecer na estrada é quatro vezes menor do que uma do masculino. Jorge Tiago Bastos, professor da Universidade Federal do Paraná e voluntário do Observatório Nacional de Segurança Viária, explica. “Uma das razões dessa diferença nos números provavelmente está na maior exposição dos homens ao risco de acidentes. A maioria das pesquisas, as internacionais, por exemplo, mostra que eles ainda percorrem distâncias maiores

do que as mulheres”, diz. Se os homens usam mais o veículo para se locomoverem, logo estão mais expostos aos perigos do trânsito, e isso também é um fator que pode contribuir para esse aumento no número de acidentes entre pessoas do sexo masculino. Todavia, à medida que mais

homens e mulheres exercem as mesmas atividades, a tendência é que essa diferença diminua.

 

RELAÇÃO ENTRE IDADE E GÊNERO

Segundo o professor, se verificarmos as estatísticas internacionais, veremos que, nas faixas etárias mais jovens, abaixo de 30 anos, os homens tendem a apresentar um risco maior de envolvimento em acidentes do que as mulheres. Porém, esse quadro se inverte um pouco quando se observam as faixas de idade mais elevadas. “Dos mais jovens, uma possível explicação diz respeito à inexperiência dos condutores, bem como à questão da impulsividade. É um pouco difícil fazer essas associações porque não há muitas informações de como homens e mulheres se expõem ao trânsito. Existe um conjunto de motivos para os homens mais jovens morrerem nas vias: talvez a maior agressividade na condução, o risco maior que o ambiente em que eles circulam oferece, mais velocidade nas rodovias; enfim, há alguns indícios, não fatos”.

Tiago explica que, no Brasil, existem estimativas de distâncias percorridas. Mas não é possível identificar se esses bilhões de quilômetros foram percorridos por homens ou mulheres. “O que é de certa forma consenso, até na literatura internacional, é que há uma menor agressividade na direção das mulheres. Isso faria com que elas se envolvessem menos com acidentes mais graves, os quais estão associados a essa condução agressiva. Mas se considerando acidentes mais graves. Se for levado em conta o número de acidentes, muitos estudos apontam que as mulheres se envolvem em quantidade maior deles, mas sem vítimas fatais, com apenas danos materiais. Maior em número e menor em gravidade”.

O professor enfatiza a importância de se tentarem entender melhor as diferenças de gênero no trânsito, verificando como homens e mulheres reagiriam diante das mesmas situações. Segundo

ele, há uma diversidade muito grande de condutores, e, quanto mais se entendem as particularidades, mais se previnem os acidentes.

 

VANTAGEM DAS MULHERES

Quando o tema é violência no trânsito, a questão de gênero é muito clara e apresenta vantagens para o público feminino. Dados do Data SUS para 2014 confirmam o que já é uma tendência nos últimos 14 anos, de acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária. A disparidade de mortes entre homens e mulheres é enorme. A cada dez vítimas fatais no trânsito, oito são homens e duas são mulheres. A proporção de óbitos entre os públicos feminino e masculino praticamente não oscilou nesse período.

Focando o ano de 2014, a distribuição de mortes por faixa etária e gênero revela que é dos 25 aos 29 ano sem que há a maior variação.

Veja quadro abaixo:


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