Vendas de volta

Emplacamento de caminhões dispara e faz entidades revisarem projeções de crescimento do setor

Finanças / 10 de Maio de 2018 / 0 Comentários
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Este ano tinha a perspectiva de ser de crescimento lento para a indústria brasileira. Fabricantes de automóveis e caminhões começaram 2018 com o pé no freio, apostando em poucos avanços, mas estão se surpreendendo. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou suas projeções de crescimento para o mercado de caminhões assim que finalizou o relatório de vendas do primeiro trimestre.

A federação, que representa as concessionárias do país, fez uma estimativa de alta de 9,5% nas vendas no início do ano. Agora, já aposta em um aumento de 17% nos emplacamentos de caminhões, chegando a mais de 60 mil unidades vendidas no fim de 2018. Especialistas no assunto já divulgaram até a falta de veículos em algumas concessionárias.

Segundo dados da Fenabrave, entre janeiro e março, foram vendidos 14.669 caminhões no país. No mesmo período de 2017, foram 9.671. O aumento é de 51,6%. Algumas fabricantes divulgaram que apostam num crescimento em torno de 30% nas vendas deste ano, superando as expectativas da entidade representante do setor.

O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, disse, em entrevista ao jornal “Estadão”, que permanece com cautela quanto às projeções, considerando “possíveis problemas na base de fornecimento para a indústria, que passou longo período com os pedidos drasticamente reduzidos”.

“O tempo para desenvolver novos fornecedores e mesmo para reprogramar para cima os volumes de peças é maior na indústria de caminhões. E, com a safra prevista, a demanda por pesados e extrapesados está acima do esperado”, afirmou ao jornal. Somente no mês de março, foram emplacados 5.969 caminhões contra 4.107 no mesmo mês de 2017.

Fabricantes projetam crescimento de 30% nas vendas deste ano

No início de abril, o vice-presidente da Fenabrave, Sérgio Zonta, declarou que já houve aquecimento no financiamento de caminhões também. Condições de crédito como as dos anos 2010 a 2012 no Brasil retornaram, e muitos veículos estão sendo vendidos sem entrada e com parcelas de até 60 meses. Segundo ele, é uma exigência dos compradores que tem sido acatada pelos bancos. A expectativa é que cada vez mais instituições sigam o movimento. As taxas de juros estão em torno de 1% ao mês.

Em 2011, quando a venda em 60 parcelas era comum no mercado, foram vendidas 172 mil unidades de caminhões no país. A partir de 2013, o número de veículos comercializados começou a reduzir. Naquele ano, foram 154 mil emplacamentos. No ano seguinte, 137 mil e, em 2015, 71,7 mil. Em 2016, venderam-se apenas 50,2 mil caminhões.

Automóveis

A indústria automobilística também tem registrado bons resultados, conforme balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No primeiro trimestre, segundo a entidade, foram vendidas 545,5 mil unidades no país, o que representa um crescimento de 15,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

A Anfavea divulgou ainda que, no comparativo dos meses de fevereiro e março de 2018, há uma progressão nas vendas. Foram mais de 200 mil unidades licenciadas em março e 156 mil em fevereiro.

O balanço, segundo o presidente da associação, Antonio Megale, confirma o gradual retorno das atividades da indústria automobilística. “Mesmo com dois dias úteis a menos, o desempenho do último mês ficou quase 10% acima de março do ano passado, o que configura mais um indicador comprovando a retomada do mercado interno. É questão de tempo o consumidor ter mais acesso ao crédito”, pontuou Megale.

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